(Artigo publicado originalmente em matéria da edição de hoje, 29/10/2013, do Correio Braziliense)
Por Paulo Cesar Marques da Silva
No Brasil, além da falta de conhecimento sobre as causas de acidentes, também de motos, existem problemas que agravam a situação. É preciso investir na melhoria da formação dos motociclistas; mudar a cultura do ambiente de circulação, pensado para quem tem quatro rodas; aumentar a fiscalização; investir em campanhas educativas; e repensar a relação de trabalho dos motoboys.
A pesquisa sobre o motociclista brasiliense mostra um comportamento de risco na vias. Em parte, isso é resultado da má-formação. É preciso corrigir o processo de habilitação de quem pilota motos, mas também precisamos repensar as relações de trabalho. Em boa parte das vezes, esses profissionais não têm carteira assinada e ganham por entrega feita. Portanto, quando eu e você pedimos uma pizza, contratamos uma viagem de risco para o entregador, que é pressionado a percorrer o trajeto no menor tempo possível.
Tem outro ponto importante, que precisamos mudar: a cultura de que as ruas são para os carros. Os motoristas, em geral, têm um comportamento hostil em relação ao motociclista. E este, por sua vez, reage também de forma agressiva, seja estourando o retrovisor, seja chutando a porta. Isso se muda com campanhas educativas de massa para conscientizar a todos de que as vias devem ser compartilhadas por todos os tipos de veículos e pelos pedestres.
Paulo César Marques da Silva, professor da Universidade de Brasília graduado em engenharia mecânica, mestre em engenharia de transportes e doutor em estudos em transportes.
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