domingo, 27 de setembro de 2009

Mobilidade nas cidades, por Erika Kneib

Artigo da Profa. Erika Cristine Kneib, publicado no Jornal do Brasil da última sexta-feira, 25 de setembro:

Mobilidade nas cidades: continuam os desafios

Os problemas relativos ao transporte e mobilidade nas grandes cidades, que desafiam especialistas e estudiosos.

São notórios e crescentes os problemas relativos ao transporte e mobilidade nas grandes cidades, que desafiam especialistas e estudiosos. As soluções para tal problemática foram apontadas durante os debates da 10ª Conferência das Cidades, que este ano tem como tema a mobilidade urbana. Segundo as discussões, a melhoria da mobilidade nas cidades brasileiras passa pela concepção do centro urbano, por uma boa gestão do sistema de transporte público e também pelo envolvimento de toda sociedade, até mesmo das pessoas que não abrem mão do carro particular.

Com relação ao primeiro ponto, sobre centros urbanos, cabe destacar que a estrutura das cidades deixou de ser monocêntrica para, recentemente, principalmente a partir de 1980, tornar-se policêntrica. Estudos relacionam a formação e consolidação dos subcentros urbanos à eficiência e organização das cidades, pois a consolidação de subcentros é capaz de proporcionar aos cidadãos o acesso aos serviços essenciais, dispensando-se deslocamentos motorizados, realizando pequenas viagens a pé ou de bicicleta; ou ainda favorece a possibilidade de acessá-los pelos modos coletivos de transporte.

Assim, a policentralidade que, a partir de “mix” de usos do solo, procura proporcionar residências localizadas próximas aos locais de trabalho, contribui para diminuir a distância dos deslocamentos pendulares e, por conseguinte, de viagens motorizadas. Destarte, são imperiosas políticas de desenvolvimento urbano que favoreçam a consolidação de subcentros desejados no processo de planejamento urbano e de transportes.

Sobre o segundo ponto, ou a gestão do sistema de transporte público, destaca-se a necessidade de políticas específicas e efetivas, nos níveis federal, estadual e municipal que realmente favoreçam a implantação e operação de sistemas de transporte público coletivo – principalmente por ônibus, cujo custo de implantação e operação é relativamente baixo e cuja capacidade de transporte é bastante alta – e o seu uso. Políticas que estabeleçam a correta contratação e gestão adequada dos serviços são indispensáveis; além de políticas tarifárias “criativas”, possibilitando que toda a sociedade pague pelo sistema, e não apenas seus usuários.

O envolvimento da sociedade conclui o terceiro ponto. A sociedade precisa envolver-se na busca por um transporte coletivo de qualidade, no rateio dos custos de implantação e operação de sistemas coletivos e não motorizados, que privilegiem o pedestre e o ciclista, e na partilha da fiscalização dos serviços e investimentos. Afinal, com o aumento do uso do transporte público coletivo e não motorizado (e de qualidade), geram-se menos congestionamentos, menos poluição, menos estresse, menos problemas de saúde. Enfim, melhora-se a qualidade de vida de toda a cidade. E os cidadãos agradecem.

Erika Cristine Kneib é arquiteta urbanista, mestre e doutora em transportes. Atua como professora adjunta e pesquisadora em universidade federal.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Desafio intermodal em Brasília

A Bicicletada-DF promoveu o desafio intermodal em Brasília no Dia Mundial sem Carro deste ano. A TV Globo fez a maior bagunça com os nomes, mas não deixe de ver a matéria:



segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Concurso Cidade Verde - prêmio Pedro Davison

Repassando:

BRASÍLIA CIDADE VERDE

CONVITE

A Universidade de Brasília, por intermédio do Decanato de Extensão e do Núcleo da Agenda Ambiental, e a Associação Civil Rodas da Paz, em parceria com o Programa Pedala DF, têm a honra de convidar para a cerimônia de lançamento do

Concurso “A Ciclovia Verde de Minha Cidade”

Prêmio Pedro Davison,

cujas láureas serão entregues por ocasião do Cinquentenário de Brasília.

Data: 22 de setembro de 2009 – terça-feira
Horário: 10h
Local: Ministério das Cidades
SAUS - Quadra 01 – lote 01/06 – bloco H
Ed. Telemundi

O Concurso pretende suscitar reflexões através da elaboração de propostas de projeto cicloviário local, que favoreça, de forma lúdica, a reorganização sustentável das localidades do Distrito Federal, priorizando a saúde, o bem estar comum, a harmonização e a boa convivência entre as pessoas.
São participantes da iniciativa: entidades representativas, comunitárias, ambientalistas emovimentos sociais, bem como órgãos do poder público e setor de serviços da Capital Federal.

Passeio ciclístico, 8:30h, Complexo Cultural da República

Traga sua bicicleta!

Informações: Telefone 3307-2612 ramais 29 e 30

domingo, 20 de setembro de 2009

Últimas imagens de minha bicicleta

Dei a notícia aqui no dia 5, com uma foto que copiei do site da Caloi. O filminho abaixo é o último registro da própria:

sábado, 19 de setembro de 2009

Lições (possíveis) do caso Timponi

Considero muito importante a discussão em torno do caso Timponi. Não pretendo fazer aqui um julgamento, mas também não quero deixar passar a oportunidade de comentar certos comportamentos no trânsito e suas consequências.

Sou engenheiro, não sou jurista. Não me atreveria a dar pitaco em assunto que não domino. Mas também sou educador e creio firmemente que as leis e a interpretação que o Poder Judiciário faz delas têm uma função educativa importantíssima que, lamentavelmente, tem sido pouco valorizada em nossa sociedade.

Para resumir o que penso do abuso de velocidade, assim como da mistura álcool-direção e de outros comportamentos de risco ao volante:
  • Quem se comporta assim assume o risco conscientemente, portanto há dolo.
  • Consequentemente, se desse comportamento resultam vítimas fatais, trata-se de homicídio doloso. Admito que pode haver circunstâncias atenuantes, mas o dolo deve ser o ponto de partida; ao contrário do que ocorre hoje, quando quem tem que suar muito a camisa é quem tenta caracterizar o dolo. O que penso é que a lógica precisa ser invertida.
  • Juntando uma coisa com a outra, mesmo quando não há vítimas, ou ainda mesmo que não haja uma colisão, um atropelamento ou ocorrência semelhante (recuso-me a chamar essas coisas de acidentes), vejo quem assume esses comportamentos de risco como alguém que pratica crime de tentativa de homicídio.
Ou seja, defendo que o abuso de velocidade e outros comportamentos de risco precisam ser encarados como atentados contra a vida.

Não sei o que juristas e legisladores diriam deste raciocínio assumidamente simplório que acabo de esboçar, mas acredito piamente que o trânsito seria mais cidadão se a sociedade em geral pensasse assim e visse como criminoso cada irresponsável que, por exemplo, abusa do excesso de velocidade.

Assumindo seu papel educador, a Justiça bem que poderia buscar um entendimento que não deixasse na população essa incômoda imagem de complacência...

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Foto da capa

Foto da capa do Correio Braziliense de 15 de setembro de 2009:
Diz a legenda: "Separado da esposa, Carlos Roberto leva diariamente os filhos Eduardo e Marcelo à escola, de bicicleta: segundo especialistas, a presença do pai é fundamental para a vida afetiva das crianças".

Será que o efeito da presença seria o mesmo se, em vez de bicicleta, Carlos Roberto e os filhos usassem carro?

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Nesta terça, Cine Diálogos Ambientais na UnB


Informação de Mara Marchetti, do Núcleo da Agenda Ambiental da UnB:

Data: dia 15, terça-feira

Horário: 19h,

Local: auditório Dois Candangos (Fac. de Educação/UnB),

A Agenda Ambiental está apresentando, como proposta, o debate do tema Mobilidade Sustentável.

Haverá a exibição do documentário, Sociedade do Automóvel, seguido de debate. Não percam!!!!!!!

Estão convidados:

  • Thiago Benicchio, codiretor do filme Sociedade do Automóvel e um dos mais antigos participantes da Bicicletada São Paulo. Foi um dos articuladores da 1a Bicicletada Social Mundial, no FSM 2009 em Belém, e já participou como expositor em eventos como o Toward Carfree Cities 2008, em Portland, EUA. Escreve regularmente na página apocalipsemotorizado.net .
  • Paulo César Marques da Silva, professor do Programa de Pós-Graduação em Transportes da UnB e um dos coordenadores do seu Plano de Circulação. Como representante da Anpet (Associação Nacional de Pesquisa e Eensino em Transportes), é um dos especialistas que discute a Tarifa Zero e, entre outras áreas, se dedica há anos a estudos e políticas de Mobilidade Sustentável. É ainda autor do blogue bsb-in-transitu.blogspot.com.
  • Yuriê Baptista César, estudante de Geografia. Cicloativista. Conselheiro da União de Ciclistas do Brasil. Coordenador Projeto Bicicleta Livre, do Núcleo da Agenda Ambiental, DEX/UnB. Desde os 12 anos utiliza a bicicleta como meio de transporte.
  • Francisco Delano de M. Mourão, participante da Bicicletada Brasília (movimento inspirado no Critical Mass, nascido nos anos 90 em São Francisco, EUA) e ex-aluno de Ciência Política da Universidade de Brasília, foi membro do Projeto Bicicleta Livre e tem se dedicado a estudar abordagens críticas da tecnologia e movimentos sociais que se relacionam ao tema.