Todos estamos cansados de saber que nenhum acidente (sic) de trânsito ocorre por causa de um único fator; esses sinistros, que de acidentes raramente têm alguma caracterísitca (como imprevisibilidade ou invitabilidade), costumam decorrer da conjunção de circunstâncias, atos e omissões. De todo modo, a análise criteriosa dessas ocorrências ajuda a identificar as responsabilidades e as medidas que podem evitar novos sinistros com mais efetividade.
O acidente (sic) com o ônibus de Santa Maria nas proximidades do Aeroporto Internacional de Brasília na última quarta-feira ainda não está esclarecido, mas vários elementos foram colocados em discussão; mesmo que seja constatado que algum(ns) deles não concorreu(ram) diretamente para o sinistro, cabe apurar as responsabilidades e corrigir as falhas de conservação dos veículos e de geometria da via.
Infelizmente, morreu o motorista do ônibus; aliás, em circunstâncias que também é preciso apurar. A perda de vidas humanas é sempre irreparável, e solidarizo-me com familiares e amigos da passageira que morreu há uma semana e do motorista que morreu segunda-feira. No caso deste último, porém, é preciso não esquecer o que mais pode significar: sem a possibilidade de apresentar sua versão, o motorista pode acabar virando o único culpado, a operadora pode continuar cuidando de seus ônibus como sempre cuidou e o traçado pode permanecer ruim e perigoso.
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