A grande demanda por estacionamento é reflexo do alto grau de dependência do uso do automóvel de que nossa cidade padece. Outras cidades mundo afora, que enfrentaram o problema e alcançaram bons resultados, tiveram sucesso porque trabalharam duro para reduzir a demanda, combinando medidas restritivas ao automóvel com a universalização do transporte público de qualidade. Em larguíssima medida, os recursos obtidos com a cobrança de taxas pela circulação e/ou estacionamento de automóveis são revertidos para os investimentos no transporte público coletivo e nos modos não motorizados.
O projeto para Brasília divulgado ontem foi concebido para fazer exatamente o contrário. O que foi apresentado como um grande atrativo - os recursos virão exclusivamente da iniciativa privada, que explorará o negócio para reaver, obviamente com lucro, os valores investidos - significa a necessidade de atrair ainda mais viagens por automóvel para assegurar a remuneração do sistema. E a bola de neve vai crescendo...
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